A importância das empresas pensarem em estratégias além da adaptação fiscal
Reforma Tributária estimula antecipação e preparação das empresas para o processo de avaliação dos impactos tributários
Com a reforma tributária em andamento, empresas de todos os segmentos precisam se antecipar e estar se preparando, ou, no melhor cenário, já estão trabalhando ativamente na avaliação dos impactos da reforma nas áreas fiscais, financeiras, logísticas e operacionais.
Com a proposta de simplificar e modernizar o sistema tributário do país, as mudanças previstas afetarão de maneira ampla diversas áreas dentro das organizações, exigindo uma adaptação que vai além da mera conformidade fiscal.
Nesse contexto, é fundamental garantir que as empresas estejam alinhadas e prontas para se antecipar aos desafios, enfrentando a extinção de benefícios e os efeitos nos preços, mas também preparadas para aproveitar as oportunidades de melhoria e otimização que a reforma pode trazer.
Por isso, ações estratégicas como simulações de cenários diversos durante o período de transição, investimento em tecnologias flexíveis e adaptáveis aos regimes tributários, e a reavaliação dos processos operacionais, serão vitais para uma transição bem-sucedida.
Vale destacar que a reforma não é um desafio exclusivo da área fiscal. Como seus efeitos se espalham por várias divisões da empresa, é necessário o envolvimento direto da alta gestão em todos os aspectos. Isso porque as mudanças podem exigir uma reavaliação completa do portfólio de produtos e serviços, análise estratégica da concorrência, ajustes de preços, e até novas negociações com fornecedores e parceiros.
Além disso, a redefinição da logística e a reestruturação dos processos operacionais serão essenciais para manter a eficiência e a competitividade em um cenário fiscal completamente reformulado.
Dessa forma, a preparação deve ser abrangente, desde o planejamento estratégico até a execução em diferentes áreas da empresa. A seguir, compartilho seis ações essenciais para qualquer organização.
1. Análise da nova carga tributária
O primeiro passo do Plano de Adequação é entender o impacto da reforma sobre a carga tributária atual da empresa. Isso inclui uma estimativa detalhada da tributação antes e após o novo sistema tributário, considerando as novas metodologias de cálculo, base de cálculo e as possibilidades de crédito fiscal.
2. Revisão da malha logística e tributária
A segunda etapa envolve a revisão da malha logística e fiscal da empresa. A reforma pode alterar significativamente os custos relacionados ao transporte, bem como as estratégias de produção e distribuição.
3. Incentivos fiscais
A reforma tributária traz o risco substancial de perda de incentivos fiscais que atualmente beneficiam muitas empresas. Nesta fase, é crucial avaliar essas perdas e identificar oportunidades para maximizar os incentivos até 2032.
4. Saldos credores
O acúmulo de saldos credores será outro ponto crítico durante a transição. Esta fase busca identificar as causas do acúmulo de créditos e definir estratégias para mitigar esses valores.
5. Sistemas e processos
A quinta etapa do Plano de Adequação envolve uma análise detalhada dos sistemas e processos fiscais da empresa. A reforma exigirá a revisão dos sistemas ERP e outras soluções fiscais.
6. Obrigações acessórias e transição
A última fase se concentra nas obrigações acessórias e no planejamento da transição para o novo regime fiscal, o que inclui a análise das novas regras para o cumprimento dessas obrigações.
A reforma tributária, portanto, representa um momento de profundas transformações, mas também de grandes oportunidades. As empresas que adotarem desde já uma visão abrangente e proativa das mudanças, com a participação ativa de suas lideranças, estarão à frente nesse processo de transição.
Antecipar desafios, ajustar processos e capitalizar oportunidades serão componentes cruciais para o sucesso em um cenário fiscal reformulado, onde a competitividade e a eficiência serão mais que diferenciais, mas condições essenciais nos próximos anos.
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Créditos: Thais Borges